domingo, 14 de março de 2010

O tempo é uma tirania a ser abolida... quantifica meus sentimentos, ordena minhas lembranças, datando acontecimentos amorna intensidades. Tempo tirano: Me tira o fôlego, o sono, os pensamentos; confunde o que passou distorcendo ou modificando por completo o vivido. Tempo que pensado se torna acabado, escorregadio, ligeiro. Tempo que nos dá "castelos de areia" e sabemos, um dia o tempo também os levará: Na quietude de uma brisa, no cair da chuva, na onda do mar. O tempo tudo apaga, sucumbe, aniquila, marca, marca profundamente... Até os ossos.

Sobre o tempo dela... Agora! Agora! Agora!
Podia perambular por aquele caminho vertiginoso, aéreo, tão facilmente e sem cuidados como se estivesse caminhando na macia areia da praia... Se ela chegou algum dia sentir o mínimo de vertigem, foi, imagino, quando caminhava em terra firme. Ela temia o terra-a-terra. Ela não deveria temer as alturas dos céus?

Somente mudar alguns móveis de lugar, pintar alguns tijolos, trocar a cor do quarto, nada disso faz sentido! É preciso pôr tudo abaixo: quebrar as paredes, queimar os móveis, rasgar as fotos, livrar-se de livros, apagar a paisagem estática do outro lado da janela.Diante dos tijolos destruídos, uma lembrança: nós, nos movendo.



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