Mau humor fede mais que fumaça, fixa-se nas paredes, nos móveis e em toda casa. Pobreza de espírito contamina a alma, faz adoecer e entristece. Não perceber os detalhes da vida é deixar passar a poesia do cotidiano... É preferível ser o cachorrinho levado a passear do que o mofo que insiste em ficar!
O bom humor fere os mau humorados. Não entendem que o riso não precisa de motivo, que a tranqüilidade pode ser espontânea para alguns e que a vida é boa demais para nos habituarmos com punhetas mentais.
Pobres, vivam seus limbos, estejam absortos pelo fluxo da queixa, do descontentamento, reclamem e remoam suas pequenezas, problematizem tudo, desconfiem das pessoas, sejam receosos ao amar, mantenham seus cascos enrijecidos...
Enquanto isso resta os espíritos livres, os bobos, os bem humorados, os confiantes, os auto-suficientes... Os que são do amor independente das pancadas que se leva da vida, os que enxergam o outro e vão além do próprio umbigo, os que deixam ser o que se é, os que dão espaço, os que fazem respirar profundamente.