segunda-feira, 26 de janeiro de 2015

talvez fosse a cabeça oca ou o soar do sino em 21. assim andava com olhar fixo, ora no horizonte. faltava palavras casaco de lã músculos rijos óculos de sol. faltava bom humor mp3 frivolidades e um saco bem grande. sentia-se perseguida: despertadores, refeições, tantos plásticos, sódio glúten carboidratos em tudo o que há. tinha ócio rabecão maçã verde ervas finas, outras não. vinho tinto sempre tinha . essa andava de garganta seca, talvez o frio talvez o excesso de fonema. talvez fosse a falta em crer, o grito contido, as tardes de domingo, a miss universo o brócolis a terapia. talvez fossem suspiros presos. ou aqueles orgasmos interrompidos pelo olho do cú do papa. talvez esses espaços de pouca música e muita tv. talvez a culpa no outro. assim esse falar baixo de língua solta. o frio na barriga. ainda um sentir manso com as tempestades. o eu (des)encarnado. esta metamorfose ambulante. este rosto exposto e um riso contido. talvez tudo que se deu na travessia.

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