segunda-feira, 30 de maio de 2011

A Língua: "aquilo por que, querendo ou não, sou falado", regras estritas de combinação: sintaxe. Essas regras são leis, permitem a comunicação (cf. segurança, ou circulação viária para o cidadão). Mas em contrapartida (ou em compensação) lhe impõem de fora um modo de ser, um sujeito, uma subjetividade: pelo peso da sintaxe, ele deve ser aquele sujeito, e não outro (por exemplo: precisando fatalmente determina-se, sempre que fale, em relação ao masculino/feminino, ao senhor/você): as rubricas da língua sãoleis coercitivas, que obrigam a falar. Nesse sentido, tive oportunidade de falar de um "fascismo" da língua. Censura é aquilo que obriga a dizer.

O Neutro, p.91.

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